terça-feira, 5 de setembro de 2017

A redação do Enem é uma dor de cabeça para alguns alunos. Além de compreender a estrutura do texto dissertativo-argumentativo e de dominar a gramática da língua, ele precisar saber interpretar os textos de apoio e observá-los como se fossem um mapa do tesouro. Além disso, deve relacionar, por meio da intertextualidade (direta ou indireta), as competências e habilidades oriundas das outras áreas do conhecimento (biologia, sociologia, história, filosofia, etc.).
Observe que não é uma tarefa fácil. Como seria trabalhar isso com alunos que ainda estão no Ensino Fundamental? Pois bem. Irei mostrar como fui surpreendida no 8º ano.

Um aluno em especial obteve nota 1000, segundo minha avaliação, na sua segunda produção desse gênero. Vamos ver?

Proposta




Um empecilho social

          O Bullying é um problema vivido diariamente por diversas pessoas, porém sua presença se destaca no meio pré-adolescente e adolescente. "Palavras não são pedras, mas se forem jogadas com força machucam", disse um pensador, mostrando que todo e qualquer tipo de agressão pode afetar seriamente alguém, o que remete à necessidade do combate a essa prática.
          Dados provenientes da ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência), 40% dos adolescentes já sofreram com esse fenômeno. Tal ação apresenta duas formas distintas: a direta, quando se trata de violência física, e a indireta, quando se trata de agressões verbais, que mexem com o psicológico da vítima. Há uma situação de caos sendo vista banalmente e os muitos que sofrem com isso, temendo ou envergonhados em pedir ajuda, entram em um meio de isolamento social, desenvolvem fobia escolar e, nos casos mais graves, chegam a cometer suicídio.
          No ambiente escolar, essa prática se destaca. Devido a isso, requer-se um monitoramento mais amplo dos alunos pelos orientadores da instituição. Dessa forma, eles estarão atuando em conformidade com a lei brasileira que determina que todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva contra um grupo ou indivíduo é Bullying e precisa ser combatido.
          Mesmo com uma lei que determine que esses atos pejorativos são crime, ainda há a necessidade de criação de novas medidas que possam apoiar as vítimas. Não se trata apenas de denunciar. As escolas, por exemplo, poderiam promover reuniões para que os que sofrem com tamanha violência possam se abrir com outros que passam pelos mesmos problemas  um grupo de apoio. Os pais devem dialogar mais com seus filhos, sempre aconselhando-os. No final, independente do impacto das pedras, haverá a possibilidade de jovens que conseguirão lidar com o Bullying.

                                                                                                                                                                                                       Alexandre Martins Barbosa