quinta-feira, 14 de março de 2013

     Durante o 1º bimestre de 2013, estive trabalhando com os meus alunos do 9º ano os textos narrativos, em especial, os contos. Além de lermos autores renomados como: Guimarães Rosa, "A terceira margem do rio"; Lygia Fagundes Telles, "Natal na barca", também buscamos compreender o discurso mobilizado nesse gênero, sua finalidade. O objeto da leitura em sala é perceber as inferências possíveis de cada texto. No caso dos citados acima, além das inferências foi possível ainda observar que eles possuem características em comum, como: tempo psicológico, espaço, confrontos familiares etc. Após trabalhar com leituras, compreensão de textos, estrutura e a finalidade do gênero, isto é, o seu papel social; os alunos foram convidados a escrever um livro de contos desenvolvendo todo processo - desde a criação dos contos, até a    edição. 
     Laia uma pequena amostra do que eles já estão preparando. 

   Fuga do Casamento

            Escutei alguns gritos de longe. Todos eles chamando o meu nome. Não me importei, continuei sentado em um tronco de árvore que estava caído na sombra. Então um homem raivoso chegou e apontou a espingarda pra mim. Esse homem era meu pai, e ele chegou logo dizendo:
            -Não acredito que você ainda está aqui!
            -Eu te disse que não iria me casar com a filha do Barão Negreiro! Será que dá pra me deixar em paz?
            -Tá querendo morrer? Levar sua família à falência? Seu casamento é o futuro de nossa família!
            -Pare de si importar com o dinheiro e preocupe-se os meus sentimentos!
            -Filho, você já viu quantas safras de café eles têm plantado? Não, né?! É claro que não. Você não tem a capacidade pra enxergar o futuro!
            -Então, eu vou embora! Vou fugir!
            -E vai fugir pra onde? Quer ser deportado para as Américas como o seu avô? Tenho uma novidade pra você: Você já está nas Américas!
            -Então, apenas invente que eu morri.
            -Aí! Sou eu quem vai morrer, Filho, vamos lá, me diga por que você realmente não quer se casar?
            -Porque eu amo... Eu amo ser livre, sozinho e à toa!
            -Você não é meu filho, é um fardo que eu carrego!
            -Então, livre-se desse fardo!
            -Quer saber? Pegue meu cavalo e suma dessa cidade, e não volte nunca mais! Mas, se você for, lembre-se que você matou sua família, pois o Barão não terá piedade de nós.
            E assim, eu montei no cavalo e segui em frente. Meus pais? Nunca mais soube deles, mas acho que se eles tivessem a oportunidade, ainda estariam tentando vender meus sentimentos para qualquer um.

                                                                                                             Danielle França (Aluna da COOPEMA). 

4 comentários:

  1. gostei muito do texto,se fosse maior poderia ser uma peça de teatro e seria muito legal e interesante.

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  2. como sempre um texto genial e varios elogios

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  3. Esse Texto ficou D+, Ta de Parabéns a aluna Danielle França, foi muito criativo o texto dela!

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  4. Gostei de ver pessoal. Continuem assim, lendo e comentando o trabalho de vcs. bjs

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