Durante o 1º bimestre de 2013, estive trabalhando com os meus alunos do 9º ano os textos narrativos, em especial, os contos. Além de lermos autores renomados como: Guimarães Rosa, "A terceira margem do rio"; Lygia Fagundes Telles, "Natal na barca", também buscamos compreender o discurso mobilizado nesse gênero, sua finalidade. O objeto da leitura em sala é perceber as inferências possíveis de cada texto. No caso dos citados acima, além das inferências foi possível ainda observar que eles possuem características em comum, como: tempo psicológico, espaço, confrontos familiares etc. Após trabalhar com leituras, compreensão de textos, estrutura e a finalidade do gênero, isto é, o seu papel social; os alunos foram convidados a escrever um livro de contos desenvolvendo todo processo - desde a criação dos contos, até a edição.
Laia uma pequena amostra do que eles já estão preparando.
Fuga
do Casamento
Escutei
alguns gritos de longe. Todos eles chamando o meu nome. Não me importei,
continuei sentado em um tronco de árvore que estava caído na sombra. Então um
homem raivoso chegou e apontou a espingarda pra mim. Esse homem era meu pai, e
ele chegou logo dizendo:
-Não
acredito que você ainda está aqui!
-Eu te
disse que não iria me casar com a filha do Barão Negreiro! Será que dá pra me
deixar em paz?
-Tá
querendo morrer? Levar sua família à falência? Seu casamento é o futuro de
nossa família!
-Pare de
si importar com o dinheiro e preocupe-se os meus sentimentos!
-Filho,
você já viu quantas safras de café eles têm plantado? Não, né?! É claro que
não. Você não tem a capacidade pra enxergar o futuro!
-Então,
eu vou embora! Vou fugir!
-E vai
fugir pra onde? Quer ser deportado para as Américas como o seu avô? Tenho uma
novidade pra você: Você já está nas Américas!
-Então,
apenas invente que eu morri.
-Aí! Sou
eu quem vai morrer, Filho, vamos lá, me diga por que você realmente não quer se
casar?
-Porque
eu amo... Eu amo ser livre, sozinho e à toa!
-Você
não é meu filho, é um fardo que eu carrego!
-Então,
livre-se desse fardo!
-Quer
saber? Pegue meu cavalo e suma dessa cidade, e não volte nunca mais! Mas, se
você for, lembre-se que você matou sua família, pois o Barão não terá piedade
de nós.
E assim,
eu montei no cavalo e segui em frente. Meus pais? Nunca mais soube deles, mas
acho que se eles tivessem a oportunidade, ainda estariam tentando vender meus
sentimentos para qualquer um.
gostei muito do texto,se fosse maior poderia ser uma peça de teatro e seria muito legal e interesante.
ResponderExcluircomo sempre um texto genial e varios elogios
ResponderExcluirEsse Texto ficou D+, Ta de Parabéns a aluna Danielle França, foi muito criativo o texto dela!
ResponderExcluirGostei de ver pessoal. Continuem assim, lendo e comentando o trabalho de vcs. bjs
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